O chefe do Executivo pelotense não entregou à Câmara Municipal o projeto de Lei que institui o 3º Plano Diretor do município até outubro de 2006, conforme determina o Estatuto da Cidade promulgado em 10 de julho de 2001. O artigo 52, inciso VII, exige que as prefeituras das cidades, com mais de 20 mil habitantes, ou dos municípios integrantes de aglomeração urbana elaborem e aprovem o documento em até cinco anos.
Jaime Chatkin recebe representação
Recebido pelo titular da 2ª Promotoria da Justiça Especializada do Ministério Público Estadual na Comarca de Pelotas, Jaime Chatkin, o vereador petista afirmou existir, nos gabinetes da Prefeitura, um planejamento feito por técnicos com conteúdo mínimo exigido. O Estatuto da Cidade, enfatiza Oppa, resultou do movimento nacional pela reforma urbana e orienta todas as políticas concernentes. Também assinou, o pedido de abertura do processo, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias e Cooperativas da Alimentação de Pelotas, presidido por Elton Lima.
Instrumentos jurídicos urbanísticos
De acordo com o parlamentar, existem três eixos básicos neste sistema jurídico que sustentam o plano diretor: garantir a função social da propriedade, estabelecer instrumentos de participação da população para gerenciamento dos recursos da cidade (gestão democrática) e assegurar a habitação com qualidade. “A aplicação dos instrumentos jurídicos urbanísticos viabilizará o combate à especulação imobiliária”, informa Oppa.
Entre eles, destacam-se a notificação, por parte do poder Executivo, para edificação a fim de parcelar compulsoriamente o imóvel em até dois anos; a majoração progressiva no tempo da alíquota do IPTU, em caso de descumprimento; e a desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública.
PT e o Congresso das Cidades
“Numa análise macro, a cidade ganha, com o paulatino planejamento, mecanismos coercitivos de beneficiamento de populações mais carentes”, argumenta o vereador. Paulo Oppa, cuja trajetória abrange a titularidade da Secretaria de Habitação e Cooperativismo na gestão do prefeito Fernando Marroni (PT), relembra a fase embrionária de concepção do plano diretor não apresentado até o momento.
“O primeiro congresso das cidades, realizado em 2002 com o envolvimento de conselho específico, ONGs, universidades, Sinduscon e outras entidades representativas, acolheu opiniões e anseios do povo”, afirma. Assembléias com a população e vários fóruns urbanos também forneceram, durante a administração petista, o caráter participativo preceituado pelo Estatuto da Cidade.
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